Dar asas ao saber
Investigação, construção de conhecimento e práticas profissionais
A edição de 2021 deste Seminário é organizada em torno de quatro eixos temáticos que irão estruturar a apresentação e debate de ideias.
1. Construção de identidades profissionais e dimensão investigativa do saber e das práticas.
Org: Fernando Santos, Maria José Freire e Sofia Figueira
A identidade profissional é, no ciclo de vida do ser humano, um dos elementos fundamentais que define a entrada na idade adulta, mesmo que, sem determinismo, se vá afinal construindo sucessivamente, nunca estando nem completamente fechada, nem terminada. Uma grande parte da vida é também ocupada pelo trabalho, o que para muitos significa o exercício de uma profissão ou de profissões afins. Como se constrói o saber profissional? Para além da óbvia experiência de cada um, haverá mais fontes? Uma delas será a investigação? A investigação que é gerada no interior das áreas científicas que se constituem como o referencial de cada profissão ou a que é promovida no âmbito das práticas e modos de trabalho? Ou ambas? Nesta linha temática aceitam-se comunicações que possibilitem considerar esta reflexão. Por outro lado, os nossos modos de entender a nossa identidade profissional e de a praticar foram extremamente questionados por esta pandemia pelo que, testemunhos com um carácter reflexivo que se enquadrem neste âmbito, serão bem-vindos.
2. Inteligências múltiplas, saberes e práticas profissionais
Org. Leonor Saraiva e Ana Boavida
Com base na Teoria das Inteligências Múltiplas (IM) de Howard Gardner, espera-se a apresentação e discussão de experiências e/ou projetos de campo, envolvendo a abordagem das IM na formação nos níveis de ensino básico, secundário e superior. A teoria é ainda possível de enquadrar no exercício e no desenvolvimento de várias profissões, sobretudo as que implicam relação, interação e comunicação com as pessoas. Em especial, deseja-se contribuir para a reflexão sobre os modos como a teoria desafia os educadores, questionando práticas de individualização do ensino, utilização de uma diversidade de recursos e processos de abordagem, com ênfase no digital. Nesta linha temática, aceitam-se comunicações que de forma mais ou menos incisiva façam esta abordagem, salientando-se ainda que, no contexto de crise que vivemos, tem sido notório que para enfrentar os problemas é necessário mobilizar mais do que um tipo de inteligência.
3. Outros modos de exercer a profissão: o que aprendemos com o ensino remoto?
Org. Miguel Figueiredo e Pedro Felício
Após um período de implementação de diversas experiências de ensino remoto de emergência com variadas modalidades de trabalho, importa divulgar e refletir sobre as práticas e resultados obtidos, não só com todas as faixas etárias e com todos os níveis de ensino, como até em contextos e situações muito específicas que possam ter introduzido variações ou diferenças significativas no ensino presencial. Um dos desafios colocado a todos os que trabalham na área da educação é o de tentar encontrar caminhos e soluções com suporte nas Tecnologias de Informação e Comunicação que promovam aprendizagens significativas (Do ensino remoto ao ensino com componentes online).
4. Media: Um barómetro do estado da democracia
Org: Ana Pessoa e Orlando César
O estudo e a prática da democracia são indissociáveis do estudo da comunicação e de diferentes géneros discursivos (jornalismo, relações públicas, marketing e publicidade) que dão forma a narrativas editadas por meios impressos, audiovisuais e cibernéticos. Neste campo circulam as mensagens e confrontam-se ideias sobre a pressão de outros campos que disputam o controlo da palavra na esfera pública. As redes sociais surgem quer como oportunidade de acesso a meio de comunicação quer como instrumento de manipulação, deturpação e mentira. Os media são essenciais em democracia e constituem um barómetro do seu estado. Estas constatações não são novas, mas nunca como agora fomos tão desafiados a entendê-las e a discuti-las, pelo que se aceitam comunicações que tenham tais objetivos.