Uma escola, duas salas, codificação e robótica.

cotovia - 17A convite das professoras Ana  e Joana, que integram o projeto de formação e investigação  KMLII,   fomos, na passada quinta-feira, dia 24 de outubro, à escola básica da Cotovia, em Sampaio, perto de Sesimbra, assistir a duas atividades que estavam a dinamizar com os seus alunos nesse dia.

As professoras têm este ano duas turmas muito diferentes. A principal diferença penso que se deva ao facto de  os alunos estarem em anos diferentes, uma de primeiro e outra de quarto, e por isso em etapas diferentes do seu crescimento.

 

cotovia - 9Comecei a visita pela sala da professora Joana e encontrei uma turma compenetrada numa tarefa de codificação que consistia em descodificar códigos correspondente a letras e com esses códigos descobrir frases. Os alunos tinham todos no pulso uma pulseira com a primeira letra do seu nome e trabalhavam em silêncio, muito concentrados no que faziam. A professora, nesse dia, não conseguia falar alto mas, nesta turma, não era necessário. Cada aluno sabia o que fazer e empenhava-se na sua tarefa tentando descobrir e codificar mensagens. Quando acabavam, a professora dava novo desafio, fingindo que lia a letra do primeiro nome no pulso de cada aluno, numa brincadeira   cheia de cumplicidade entre ela e os seus alunos que pareciam já comunicar sem necessidade de ouvir a voz da professora.

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Cada vez que um alunos descobria a mensagem codificada esboçava um sorriso e, mais que um, comentavam a sua alegria sem, no entanto, revelar a descoberta que outros colegas procuravam ainda.

Encontrei pois uma sala de alunos maduros, concentrados que trabalhavam em mais um desafio de programação mostrando que gostavam de ser desafiados, da descoberta.

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Depois desta sala subi ao primeiro andar para encontrar a turma de primeiro ano da cotovia - 41professora Ana. Entrei na sala e encontrei um robô DOC da Clementoni em sobre  uma mesa em cima de um cenário que tinha em alguns dos quadrados de numa quadrícula de  15 por 15 cm vários alimentos.

Dois alunos tentavam levar o robô de uma quadrado com uma fruta à fruta seguinte. Antes de programarem o robô, um deles dispunha cartões com comandos em cimo da mesa para depois fornecer indicações ao colega que programaria o robô. Depois trocariam de papéis. Enquanto isso a professora escrevia no quadro os comandos  desta etapa juntando-os aos de etapas anteriores. A seguir a estes dois alunos outro par viria programar a etapa seguinte.

cotovia - 56A cada troca de par os alunos que ainda não tinham programado levantavam os dedos impacientes pela sua vez. A turma, que nesse dia contava ainda com a ajuda de uma professora de apoio, mostrava-se muito mais impaciente que os colegas da sala do rês-do-chão. Estão no início de uma nova etapa e, entre as muitas coisas que vão  aprender na escola, aprenderão também que a sua vez vai chegar, que todos experimentarão. cotovia - 44Nesta pequena experiência houve erros por distração, esgotaram a memória do pequeno robô introduzindo mais de 25 comandos e, sobretudo muitas aprendizagens. Os pequenos programadores tentaram concentrar-se, nunca trocar uma esquerda por uma direita, descobriram a importância de representar no quadro com rigor muitas instruções para que o robô saiba o que fazer e conseguir transmitir essa sequência com muito rigor. Entretanto a professora Ana confidenciava-me que uma funcionária tinha notado alterações no comportamento dos alunos, que são muito agitados fora da sala de aula, porque sabiam que iriam trabalhar com robôs de tarde e isso implicava também que estivessem calmos e concentrados.

Encontrei, na Cotovia, duas professoras com turmas completamente diferentes, em etapas completamente diferentes, utilizando metodologias e materiais completamente diferentes mas indo ao encontro das necessidades dos seus alunos com atividades de codificação e robótica. São alunos cheios de sorte, tenho a certeza, são alunos do séc. XXI!

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